Grupo Sete Elos

Paixão de Cristo em Conchal: na 14ª edição, espetáculo deve reunir 3500 pessoas

Encenação já foi vista por mais de 30 mil pessoas desde a primeira apresentação, em 2006

A mais bela história do cristianismo, a Paixão de Cristo, será revivida na próxima semana em Conchal em três noites de espetáculo: sábado, 13, quarta-feira, 17, e na Sexta-Feira Santa, 19 de abril. Promovida pela Associação Teatral e Cultural Sete Elos, a apresentação chega à sua 14ª edição. Como acontece desde 2015, o público assiste ao espetáculo no teatro de arena da Antiga Estação Ferroviária de Conchal, às 19h30. A entrada custa R$ 5 ou 1 quilo de alimento não perecível, que será destinado a entidades assistenciais do município.

Paixão de Cristo 2019

PÚBLICO TAMBÉM VEM DA REGIÃO

A expectativa dos organizadores é de receber 3500 pessoas nos três dias de evento, espectadores de Conchal e também da região. “Todos os anos, recebemos muitos visitantes dascidades vizinhas, que vêm assistir à Paixão de Cristo, um espetáculo bastante comovente, que revive momentos inesquecíveis desse grande mestre”, comenta o presidente da Associação Sete Elos, Darley Guidotti.

Em 2005, ele e a esposa Bruna Brandão Guidotti apresentaram a ideia de encenar a Paixão de Cristo na cidade. Pouco a pouco, reunião após reunião, a ideia ganhou novos e mais adeptos. “Esses novos integrantes possibilitaram a criação da Associação Teatral e Cultural Sete Elos, assim como a realização da Paixão de Cristo em Conchal”, comenta Darley Guidotti. “O espetáculo já havia sido encenado muitos anos antes, mas por outras pessoas. Fomos tocados pela vontade de iniciar um novo projeto que retratasse a Paixão de Cristo, mas que, ao mesmo tempo, recebesse todas as pessoas que quisessem participar, independentemente de crença religiosa, bastando o amor pela história de Jesus”, fala.

300 PESSOAS ENVOLVIDAS

Poucos meses depois, na Semana Santa de 2006, Conchal assistia à primeira encenação da Paixão de Cristo apresentada pela Sete Elos.Se, na época o grupo tinha apenas poucas pessoas, atualmente cerca de 300 voluntários estão envolvidos na organização e realização do espetáculo. Outro número chama atenção: em 12 anos de apresentações, mais de 30 mil pessoas já assistiram a história em palcos a céu aberto.

Como a proposta inicial dos fundadores, tanto a entidade quanto o elenco continuam a seguir o viés ecumênico, afirma um dos diretores, Marinho Coraini. Agricultor o ano inteiro e intérprete do papel de Jesus na Semana Santa, ele conta que o teatro reúne pessoas de diversos perfis e idades, assim como de várias crenças e profissões. “Muitos são católicos, mas temos representantes das igrejas evangélicas e da doutrina espírita, por exemplo, além daqueles que não são vinculados a grupos religiosos”, observa.

TRABALHADORES O ANO TODO, ATORES NA SEMANA SANTA

Assim, na Semana Santa, agricultores, comerciantes, estudantes, donas de casa, aposentados e outras tantas pessoas sobem ao palco para dar vida a Herodes, João Batista, Pilatos, aos Sacerdotes do Sinédrios, aos apóstolos, ao povo que acompanha Jesus em suas mensagens e, é claro, às três principais figuras do cristianismo: José, Maria e seu filho Jesus.

São cerca de 120 pessoas em cena, 60 das quais atores e a outra metade de figurantes. A maioria é da própria cidade, mas vários vêm das cidades vizinhas para integrar o elenco. A garotada também participa e todos os anos a Paixão de Cristo tem quase 30 crianças em cena: filhos dos envolvidos no projeto e também crianças do abrigo municipal.Enquanto no palco a história mais marcante do cristianismo é recontada, nos bastidores muita gente trabalha ou já entrou em cena nos seis meses que antecederam às apresentações. “Por volta de setembro, começam os preparativos, que seguem até o dia do evento. Em torno de umas 180 pessoas trabalham nos bastidores, na prestação de serviços diversos, praça de alimentação e bilheteria. Sem elas, não teríamos o espetáculo”, fala Valdir Antonio Dias, vice-presidente do grupo.

CENÁRIO TEM MIL METROS QUADRADOS Do primeiro palco improvisado na carroçaria de um caminhão em 2006, na escadaria da Igreja Nossa Senhora Aparecida, muita coisa mudou: há cerca de três anos a Associação Teatral e Cultural Sete Elos assumiu o prédio histórico da Antiga Estação Ferroviária de Conchal, revitalizando o espaço e dando vida ao seu teatro a céu aberto, até então abandonado. É lá que as apresentações acontecem agorae são vistas pelo público – no ano passado, cerca de 2500 pessoas acompanharam os três dias de espetáculo. A partir de recursos próprios, a Associação Sete Elos também construiuno local os cenários permanentes da Paixão de Cristo. Dois meses antes das apresentações, porém, o cenário de 1000 m² recebe as partes que faltam e passa por ajustes importantes: reparos, forração, iluminação e finalização. Se o cenário vai tomando forma e cor, o texto também ganha retoques, com cenas novas a cada ano, aprimoradas nos ensaios semanais dos atores (os principais chegam a ensaiar mais de 25 horas). “Mas a essência da Paixão de Cristo é única, assim como a própria história narrada nos ensinamentos bíblicos”, garante Valdir Dias. Do palco, do caminho para o calvário e da cruz feita pelas mãos dos próprios voluntários, a emoção histórica, a dor, o amor, a fé e a arte ganham vida e vão tocar milhares de pessoas.